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domingo, 19 de setembro de 2010

Sair ou não sair do armário?

Infelizmente, ainda vejo muita gente que vive com a dúvida: sair ou não sair do armário?
São crianças, adolescentes e adultos que, ao se descobrirem homossexuais (ou bi, ou trans), repetem essa pergunta a si mesmos, e isso pode deixar qualquer um maluco.
O foda é isso: você acaba de se descobrir, já está super confuso com o fato de ser a ovelha colorida da família,  ainda não aprendeu a se aceitar totalmente, geralmente já está apaixonada por aquela amiguinha hétero que te faz passar mal (ou seja lá quem for) e ainda fica pensando no que os outros pensariam de você.

Bom, vou compartilhar um pouco da minha história com o mundo (porque ainda vou dominá-lo *risada maligna*).

Estava eu no primeiro ano do colegial, uma menina exemplar, linda e loira em Cristo (Cleycianne feelings), quando me deparei com a criatura. Aquela criatura por quem me apaixonei COMPLETAMENTE do nada.
Ela era da minha sala, tinha olhos verdes e era super-hiper-mega-master-blaster (macio) confusa!
as coisas foram acontecendo, minha confusão aumentando, meu sentimento também. Então, um belo dia, nos beijamos no banheiro da escola (que sapatão nunca beijou em banheiro?). Foi mágico, lindo, e bla bla bla. Só tinha um problema: eu e minha família éramos todos evangélicos. Aí, você pode imaginar o xabú.

Descobertas à parte, resolvi, depois de +/- seis meses contar para a mamãe, já que sempre dividi tudo com ela. A conversa foi assim:

Lih - Preciso conversar...
Mãe-desconfiada - fala.
Lih - vamos pro meu quarto, que é particular.

Demorei uma eternidade pra falar, até que meu pai saiu do banho e eu resolvi desistir, mas minha mãe ficou beeeeem puta e exigiu q eu falasse.

Lih-chorando-desesperadamente - é que eu to gostando de alguém...
Mãe-que-sempre-soube-ficando-puta-da-vida - É UMA MENINA! EU SABIA!

Então, aconteceu aquela cena alegre, linda de se ver: minha mãe se culpando, meu pai falando que eu ia pro inferno pq isso era pecado e eu chorando. Tudo muito normal.

depois disso, me trancaram em casa (eu estava de férias), tiraram meu celular e me colocaram no psicólogo. O que foi ótimo pra mim (a parte do psicólogo, claro), pois só me ajudou a me entender cada vez melhor e a me aceitar.

Enfim, depois disso rolou um ciclo (sem fim): eu prometia que ia mudar, meu pai descobria algo depois de um tempo, eu prometia de novo, e a vida seguia assim. Até o dia em q eu comecei a namorar a T*. Até lá, eu tava de saco cheio de prometer, já tinha batido de frente com meus pais, mas nada adiantava. Até que os pais dela descobriram dela tb, chamaram os meus pra conversar, eu quase apanhei de cinta, e fugi de casa.

Meus pais preocupados e tudo mais, mas nada mudou.

Pra resumir: a partir do momento em que EU me aceitei e vi que não estava errada em querer ser feliz, comecei a me impor e tentar conversar com eles. Não deu muito certo, e após a terceira fuga de casa ( \o/ ), consegui que as coisas mudassem (ajudou também o fato de eu bater de frente com meu pai, porque já tinha coragem pra enfrentá-lo em prol de minha felicidade). Resultado: hoje, minha mãe ADORA minha noiva, meu pai a odeia (mas isso não faz diferença pra mim, já que moro com a minha mãe) e todos são felizes para sempre. Eu me entendo, me aceito, não me escondo e toda essa experiência só me fez crescer, e muito.


Para finalizar: Sei que muitas pessoas são preconceituosas, muitos pais são rígidos demais, mas é sempre bom poder ser você mesmo. Pense na sua felicidade. Eu passei por muita coisa, mas as dificuldades só me ajudaram a amadurecer. Não adianta fazer de conta pra deixar os outros felizes, porque VOCÊ não é feliz assim. Pense nisso, ok?



Não gostou? Que pena...

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